Em 1998, apresentamos no congresso Science and the Primacy of Consciousness, na Universidade de Lisboa em Portugal, a conferência Information Self-Organization and Consciousness, propondo uma nova visão da consciência denominada Teoria Holoinformacional da Consciência, na qual o cérebro e o universo são compreendidos como sistemas informacionais interconectados por uma dinâmica global instantânea. É uma concepção fundamentada na natureza holográfica do funcionamento cerebral, de Karl Pribram, na estrutura quântico-holográfica do universo de David Bohm, e no princípio quântico da não-localidade. A repercussão desta proposta na comunidade científica internacional, levou à publicação da mesma em 1999, na Europa, na revista World Futures- The Journal of General Evolution, da UNESCO,editada por Erwin Laszlo, maior autoridade mundial na áreas de sistemas, e no mesmo ano nos USA, no The Noetic Journal, do Noetic Advanced Studies Institute. Em 2000, fomos convidados para publicá-la de forma mais ampliada no livro Science and the Primacy of Consciouness- Intimation of a 21st Century Revolution (Noetic Press, USA), editado por Richard Amoroso, Diretor do Noetic Advanced Studies Institute, na Califórnia, e outros co-autores, como Karl Pribram, Ruppert Sheldrake, Amit Goswami, Stanislav Grof, Henry Stapp, Fred Allan Wolf, todos pesquisadores da consciência, de renome internacional.
Um desenvolvimento mais elaborado e avançado desta concepção holoinformacional da consciência, denominado Holoinformatonal Consciousness, acaba de ser lançado em 2010 nos USA, pela NOVA Publishers, como capítulo do livro The Complementarity of Mind and Body. The Realization of the Dreams of Descartes, Einstein, and Eccles, organizado por Richard Amoroso, e com os co-autores, Karl Pribram, Henry Stapp, Fred Alan Wolf, Mikai Draganescu, e outros.
Para facilitar a compreensão do tema, vamos inicialmente especificar o significado dos termos holográfico e não-localidade.
Não-localidade
É uma propriedade fundamental do universo, exaustivamente comprovada, tanto a nível quântico, quanto a nível macroscópico, responsável por interações instantâneas entre todos os fenômenos cósmicos. É uma consequência da Teoria do Campo Quântico de Umezawa que unificou os campos eletromagnético nuclear e gravitacional em uma totalidade indivisível subjacente.
Sistemas holográficos
São sistemas geradores de imagens tridimensionais, em que a imagem virtual, ou holograma, é criada quando um laser incide sobre um objeto, e este o reflete sobre uma placa. Sobre essa placa incide um segundo laser, produzindo uma mistura das ondas do primeiro com as do segundo. Este padrão de interferência de ondas armazena a informação acerca da forma e volume do objeto, e ao ser refletido pela placa, gera uma imagem tridimensional do objeto no espaço. O relevante é que nos sistemas holográficos cada parte do sistema contém a informação completa sobre o objeto; se quebrarmos a placa em pedaços, cada pedaço refletirá a imagem tridimensional do objeto no espaço, demonstrando que o todo está nas partes, assim como cada parte está no todo. Esta propriedade fundamental dos sistemas holográficos, foi descrita por Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela invenção do holograma.
Redes neurais holográficas
Tal como a música não pode ser localizada no piano, e sim em todo o campo ressonante que o circunda, as memórias de um indivíduo não estão localizadas somente no cérebro, mas também no campo de informação holográfica que o envolve!
Rumo a uma teoria holoinformacional da consciência
Pribram inferiu a possibilidade do processamento informacional holográfico do universo poder se interconectar ao processamento holográfico neuronal do córtex cerebral, mas não direcionou suas pesquisas por esta vertente.
Vislumbrando esta possibilidade de conexão entre o cérebro e o universo, propusemos que os padrões quânticos e as redes neurais holográficas do cérebro são parte ativa do campo quântico-holográfico do universo, e que esta interconexão informacional é simultaneamente local (mecanicística-newtoniana), e não-local (holística-quântico-holográfica), e a denominamos holoinformacional.
A não-localidade quântica permite uma interconexão instantânea entre o cérebro e o cosmos. Considerando ainda a propriedade matemática básica dos sistemas holográficos, de cada parte do sistema conter a informação do todo, os dados matemáticos da física quântica de Bohm, e os dados experimentais da teoria holográfica de Pribram, propusemos, alem disto, que esta interatividade universal nos permitiria acessar toda a informação existente nos padrões de interferência de ondas existentes no universo, desde sua origem, pois a natureza holográfica do universo, permitiria que cada parte, cada cérebro-consciência, contivesse a informação do todo.
Como fazer
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