NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
Novas contribuições da física quântica.
A compreensão dos seres humanos sobre o cosmos está expandindo-se. Temos muitas ferramentas a disposição para corroborar essa constatação. Dentre essas ferramentas, a física quântica, as tradições espirituais e a ciência materialista podem ser destacadas. Houve época em que a dualidade entre ciência e tradições espirituais andaram em direções opostas onde a ciência tentou “desconstruir” aquilo que as tradições espirituais tinham como convicção. As tradições espirituais, por outro lado, tentaram negar a importância do externo e valorizar excessivamente o interno. Ciência com seu movimento de fora para dentro e tradições espirituais com seu movimento de dentro para fora. Todas as tentativas de explicar a comunicação entre fatos que ocorrem fora do espaço/tempo com repercussão no espaço/tempo esbarrava na lei da conservação da energia. A energia do mundo físico/manifesto é constante! No espaço/tempo, as comunicações obedecem a troca de sinais (energia) e, dentro de um sistema a energia permanece constante. A ciência viu nessas experiências uma incoerência em tentar explicar ou até mesmo validar a possibilidade de entender e compreender a comunicação entre transcendente e manifesto: Como explicar o possível poder causal de algo fora do espaço/tempo (transcendente) no mundo do espaço/tempo einsteniano (manifesto)? Impossível com a ciência materialista e seu contexto clássico das interações materiais. A energia é constante e não pode ser violada. Se houver uma comunicação entre transcendente e manifesto há com certeza, dizem os materialistas, uma violação dessa lei e essa tal violação nunca fora detectada em milhares e milhares de experiências realizadas em laboratórios.
Porém, as tradições espirituais estão fortemente arraigadas dentro dos circuitos cerebrais humanos e a crença em algo fora do espaço/tempo com ação no espaço/tempo é forte e viva! O problema parecia insolúvel, mas a curiosidade de entender o Universo e o estofo que o compõem é a mola propulsora dos cientistas que fazem a ciência (materialista). Mergulharam fundo, mesmo com a intenção de “provar” que tudo é matéria e que só há interações materiais. Encontraram partículas esquivas, virtuais. Encontraram o mundo das possibilidades. A física quântica juntamente com seus estudiosos encontraram sim o estofo do Universo. Encontraram partículas interconectadas. Encontraram uma rede de comunicação entre partículas elementares que apontam para muito além delas mesmas. Encontraram as possibilidades do vir a ser. Há a necessidade de algo fora das possibilidades capaz de provocar a realidade. Eis que a consciência é resgatada do epifenômeno para o papel de ator principal (poder causal real), pois as partículas/ondas apontam para fora do espaço/tempo. Elas apontam para a existência de uma realidade una, indivisa e fundamental. Experiências evidenciam a existência de uma comunicação sem troca de sinais entre as partículas elementares. Essa comunicação é denominada não localidade quântica. Há algo fora do espaço/tempo que coordena as ações simultâneas dentro do espaço/tempo e a lei de conservação de energia não é violada. Há o transcendente e há o manifesto. Tanto um quanto outro são possibilidades. Porém a experiência no mundo manifesto pode ser compartilhada. Entre uma observação e outra há uma imperceptível expansão da onda de possibilidade que possa ser detectada pelo aparato de percepção humano. A consciência una e indivisa necessita aprender e conhecer. Ela precisa de diferenciações. Em toda percepção criamos memórias que retroalimentam a percepção. Vivemos a ilusão da separação entre quem percebe e o que é percebido. A famosa separação sujeito/objeto.
Estamos vivos! A alma respira… cada um de nós traz uma bagagem, uma agenda de aprendizado. Desta maneira, estagiamos em diversos níveis de compreensão. Podemos constatar a presença de uma diversidade de níveis de consciência. Diante disso, percebemos a presença de conflitos, divergências de ideias, culturas diferentes, sistema políticos diferentes, economia diferentes, visão de mundos diferentes, almas diferentes… percebemos a diversidade. E viva a diversidade! Cada alma necessita incorporar e interpretar alguns temas sempre presente no desenvolvimento da humanidade. Esses temas são denominados arquétipos e estão no campo transcendente e sutil das possibilidades. A medida que a consciência vai desenvolvendo-se, cocriando as condições propícias para a representação de um determinado comportamento nutridos por esses temas sutis, ela vai estagiando por níveis de consciência. Os arquétipos fornecem os contextos para que a mente dê os significados. Assim, o Amor, a Justiça, a Beleza, a Abundância, a Bondade, a Integração e a Verdade sempre estiveram presentes na história de desenvolvimento e crescimento da humanidade. A cada momento podemos reinterpretar esses contextos e dar um significado diferente. Essa é a nossa tarefa atual. Através da criatividade, representar de forma diferente no espaço/tempo manifesto esses temas e resgatar os valores depreciados ou com significados equivocados que foram dados até o momento evolutivo atual nutridos pelos contextos materialista e newtonianos das interações materiais apenas.
As consciências estagiam em uma diversidade de níveis. Há pessoas que não percebem o sutil em suas vidas e, assim, não o representam no comportamento. O fazem de forma totalmente condicionadas onde o fluxo de pensamentos na mente não permite sequer a identificação de um pequeno espaço entre os mesmos. O fluxo é contínuo e a meditação torna-se quase que impossível para essas pessoas. Elas estagiam o nível 0 (zero) do desenvolvimento da consciência. Encontramos aqui os casos patológicos de psicoses onde as pessoas perderam totalmente sua capacidade de visão mental e empatia. Há outras pessoas que estagiam o nível 1 (um) do desenvolvimento e nessas pessoas há um pequeno espaço no fluxo de pensamentos já permitindo uma oportunidade para a meditação. Aqui encontramos as pessoas que desenvolvem pequenas neuroses, mas guardam as ferramentas e potencialidades para darem o salto de consciência para outros níveis. Há espaço para a criatividade e assim para uma nova representação ainda melhor dos arquétipos. Há pessoas que estagiam o nível 2 (dois) e nessas pessoas percebe-se grande espaço entre o fluxo de pensamentos e a chance para a criatividade é enorme. Conseguem meditar e ainda valorizam a criatividade externa. Há, dessa maneira, muita oportunidade para mudanças acontecerem. A grande maioria das pessoas estagiam esse nível de desenvolvimento da consciência percebida pelas pesquisas da meditação. O nível 3 (três) estão as consciências que valorizam a criatividade interna e a transformação. Conseguem representar os arquétipos no SER. Desenvolvem os circuitos das emoções positivas e expressam no comportamento a coerência da criatividade interna. O nível 4 (quatro), bom, esse nível é outra história. Aguardemos.
Todos nós enfrentamos certas dificuldades. Em cada nível de consciência há “enfrentamentos” diversos. O nível 0 (zero) reina o aspecto patológico e necessitam de uma abordagem medicamentosa. As possibilidades de mudanças são mínimas e as consciências que estão em níveis superiores devem auxiliar com suas intenções sinceras e honestas. O nível 1 (um) a capacidade de enfrentamento é mínima e no nível 2 (dois) conseguem lidar com pequenas mudanças, porém as mudanças profundas não conseguem. O nível 3 (três) podem provocar um mudança fundamental, as dificuldades são momentâneas e observa-se um grau maior de resiliência e um maior nível de conscientização. A transição entre os níveis depende muito da criatividade e as intenções podem acelerar o processo de mudança e transição. Perceberam o quanto a meditação é importante? Perceberam o quanto criar espaços entre os pensamentos pode contribuir para o processo da criatividade? Já falamos em outras oportunidades sobre a capacidade de visão mental que todos nós podemos desenvolver e aprimorar. A neurociência com seus estudos tem compreendido cada vez mais as ligações entre diversas áreas cerebrais e seu funcionamento dinâmico. Meditar é fortalecer a região pré-frontal e dessa maneira impedir o “sequestro” das amígdalas durante uma contrariedade e/ou adversidade. Oportunidade única que temos de assumir definitivamente a responsabilidade pela própria vida unindo a liberdade de escolha com a responsabilidade dos atos. A coerência cardíaca passa pelo desenvolvimento pessoal através de uma atitude individual. Essa atitude coerente cria as circunstâncias adequadas para atingirmos uma coerência social, com relacionamentos saudáveis em família e no trabalho. Coerência cardíaca individual e coerência cardíaca social impulsionam para a conquista de uma coerência global: um planeta melhor com uma psicosfera propícia para elevar a categoria do planeta Terra para uma categoria melhor para a evolução, isto é, com a capacidade de criar cada vez mais melhores representações do sutil (arquétipos) no plano manifesto das experiências do dia a dia.
Abraços fraternos!
Milton
A consciência é um fenômeno quântico? | |||
por Osvaldo Pessoa Jr. | |||
Seria a consciência um fenômeno quântico? Ora, qualquer fenômeno microscópico é um fenômeno quântico. Assim, como nosso cérebro é constituído de entidades microscópicas, num sentido trivial nosso cérebro é quântico, assim como nossa consciência (supondo o “materialismo”, ver o texto “O que é a Ciência Ortodoxa?” - clique aqui).
Mas não é essa a pergunta interessante. Queremos saber se a física quântica é necessária para explicar a consciência, ou seja, se a física clássica é incapaz de explicá-la. Em poucas palavras, podemos dizer que o que a física quântica tem de essencial é que ela é uma teoria que atribui propriedades ondulatórias para partículas individuais (ver o texto “O Yin-Yang da Complementaridade” - clique aqui). Se um objeto se comportar às vezes como onda (exibindo franjas de interferência), às vezes como partícula (aparecendo como um ponto ou seguindo uma trajetória bem definida), então só a física quântica é capaz de descrever o objeto. Caso isso não aconteça, dizemos que o objeto se comporta classicamente.
Considere a absorção de luz pela retina. A física quântica é necessária para descrever este processo? Sabe-se que certos animais são sensíveis a apenas um quantum de luz, e assim este processo é corpuscular. No entanto, acredita-se que nenhuma das propriedades ondulatórias da luz são relevantes para o processo de absorção em si. As propriedades ondulatórias afetam a distribuição espacial dos fótons, mas a absorção em cada célula da retina independe do que está acontecendo em outras células. Assim, a física clássica seria suficiente para explicar a absorção de luz pela retina.
Existiria algum processo em nosso cérebro, essencial para a nossa consciência, que só pode ser explicado pela física quântica?
A ligação entre consciência e física quântica foi sugerida na década de 1930, mas em um sentido diferente do que estamos examinando aqui. Naquela interpretação “subjetivista” da teoria quântica, a consciência seria responsável pelo “colapso” da onda quântica (ver o texto “A Consciência Legisladora” - clique aqui). Mas a tese que queremos examinar não é o papel da consciência na teoria quântica, mas o papel da teoria quântica nas teorias materialistas da consciência. Apresentarei aqui alguns argumentos em favor da tese de que a física quântica é essencial para a consciência, desenvolvidos há uns 15 anos atrás, quando este campo começava a despertar interesse (fico devendo um exame da literatura mais recente).
a) O cérebro seria um "computador quântico". Este conceito foi bastante trabalhado pelo físico David Deutsch, que mostrou que tal computador seria mais eficiente do que um computador digital. Por seleção natural, essa vantagem computacional poderia ter favorecido um cérebro que fosse um computador quântico. O problema com este argumento é que o cérebro é muito quente para que tal computação quântica pudesse ocorrer.
b) O cérebro computaria funções não-recursivas. Computadores clássicos e quânticos só podem computar funções “recursivas”, mas o pensamento humano (por exemplo, a intuição matemática) extrapolaria esta limitação. Uma solução inovadora ao problema do colapso na mecânica quântica talvez solucionasse também esse problema da consciência, conforme sugestão do físico Roger Penrose. O problema aqui é que não se mostrou rigorosamente que o pensamento humano é capaz de computar funções não-recursivas.
c) Um fenômeno quântico semelhante à “condensação de Bose” poderia ocorrer no cérebro. Este fenômeno é observado a baixas temperaturas, quando um grande número de partículas se comporta identicamente. O físico H. Fröhlich propôs, em 1968, um modelo biológico deste fenômeno de “coerência” à temperatura ambiente, envolvendo moléculas dipolares. Alguns pesquisadores afirmam ter encontrado evidência de que tal fenômeno ocorreria no cérebro, mas não há comprovação de que tais sistemas de fato existem em sistemas biológicos.
d) O cérebro seria regido por leis análogas às da mecânica quântica. Existe uma abordagem em neurociência que supõe que a convencional dinâmica do neurônio e da sinapse não é fundamental, e que as funções cerebrais podem ser descritas por um “campo dendrítico” que obedeceria a equações da teoria quântica de campos. Esta abordagem matemática foi inspirada na proposta de Karl Pribram, nos anos 60, de um modelo “holonômico” para o cérebro. Mas o fato de leis análogas às da mecânica quântica descreverem funções cerebrais não implica que tais funções constituam um fenômeno quântico. Além disso, em tais modelos não se introduzem medições que causam colapsos, o que sugere que a descrição destes autores é meramente ondulatória.
e) A liberação de neurotransmissores é um processo probabilístico, que seria descrito apenas pela física quântica.Tal liberação, chamada de “exocitose”, ocorreria com uma probabilidade relativamente baixa (de cada 5 impulsos nervosos chegando à vesícula sináptica de células piramidais do neocórtex, apenas 1 liberaria o neurotransmissor). De acordo com John Eccles, a mente (que em sua visão dualista existe independentemente do cérebro) poderia alterar levemente essas probabilidades de exocitose, o que constituiria um mecanismo para a ação da mente sobre o cérebro. Se ele estiver correto e a exocitose puder ser descrita pela teoria quântica, faltaria mostrar que a mecânica quântica é necessária para decrever este fenômeno, e de que forma este fenômeno estaria ligado com a emergência da consciência.
f) A nível subneuronal ocorreria processamento de informação. Nos anos 70 descobriu-se que as células possuem uma delicada estrutura formada por “microtúbulos” de proteína, formando um “citoesqueleto”. Como tais microtúbulos são cilindros com diâmetro de apenas 25 nanometros (10-9 m), é razoável supor que eles só possam ser adequadamente descritos pela física quântica. Resta saber se de fato o citoesqueleto tem uma função cognitiva, além de sua função estrutural e de transporte.
g) A mecânica quântica explicaria fenômenos de percepção extra-sensorial. Alguns autores partem do princípio de que a consciência pode exercer influência direta sobre processos naturais, e procuram mostrar como um modelo quântico da consciência daria conta deste e de outros tipos de fenômenos (ver menção a Jahn & Dunne, no texto “O Dilema do Místico”- clique aqui ).
Em suma, parece-me não existe evidência concreta de que a física quântica seja necessária para explicar a consciência. É verdade, porém, que se trata de uma questão “empírica”, ou seja, só a ciência do futuro poderá dar uma resposta mais definitiva.
Por outro lado, é plausível supor que o mistério da consciência deva envolver algum princípio científico novo, além do fato de que a consciência se origina em um sistema altamente complexo, como nosso cérebro. Qual será este princípio novo? Talvez obtenhamos uma resposta neste século XXI.
A Alma é um computador quântico conectado ao Universo
Em uma tentativa de inserir na ciência os conceitos de “alma” e “consciência”, os cientistas Stuart Hameroff (diretor do Centro de Estudos da Consciência na Universidade do Arizona, EUA) e Sir Roger Penrose (físico matemático da Universidade de Oxford, Inglaterra) criaram a teoria quântica da consciência, segundo a qual a alma estaria contida em pequenas estruturas (microtúbulos) no interior das células cerebrais.
Eles argumentam que nossa “consciência” não seria fruto da simples interação entre neurônios, mas sim resultado de efeitos quânticos gravitacionais sobre esses microtúbulos – teoria da “redução objetiva orquestrada”. Indo mais longe: a alma seria “parte do universo” e a morte, um “retorno” a ele (conceitos similares aos do Budismo e do Hinduísmo
De acordo com Hameroff, experiências de quase morte estariam relacionadas com essa natureza da alma e da consciência: quando o coração para de bater e o sangue deixa de circular, os microtúbulos perdem seu estado quântico. “A informação quântica contida neles não é destruída, não pode ser; apenas se distribui e se dissipa pelo universo”.
Se o paciente é trazido da beira da morte, essa informação volta aos microtúbulos. “Se o paciente morre, é possível que a informação quântica possa existir fora do corpo, talvez de modo indefinido, como uma alma”, acrescenta.
Embora a teoria ainda seja considerada bastante controversa na comunidade científica, Hameroff acredita que os avanços no estudo da física quântica estão começando a validá-la: tem sido demonstrado que efeitos quânticos interferem em fenômenos biológicos, como a fotossíntese e a navegação de pássaros.
Vale ressaltar que Hameroff e Penrose desenvolveram sua teoria com base no método científico de experimentação e em estudos feitos por outros cientistas, ao contrário do que ocorrem em casos de “pseudociência” em que simplesmente se acrescenta a física quântica como “ingrediente legitimador” de teorias sem fundo científico. Basta aguardar para ver se outros experimentos e estudos validam as descobertas da dupla.[Daily Mail UK]
Fonte:http://hypescience.com/mecanica-quantica-explica-a-existencia-da-alma/
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