CAUSAS E EFEITOS DA DEPRESSÃO NO CÉREBRO

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Causas e Efeitos da Depressão No Cérebro

O cérebro é formado por células, os neurônios, que se comunicam por meio de substâncias chamadas neurotransmissores. Quando uma pessoa está em depressão, alguns neurotransmissores, por algum motivo, não circulam como deveriam. As causas são diversas, como predisposição genética, personalidade melancólica, vivência de situações desgastantes ou traumáticas, abuso de drogas ou álcool e algumas doenças cerebrais.
Muitas vezes a doença começa devido a algum problema externo, mas com o tempo vai se tornando física. Úlcera, enfarte e gastrite, por exemplo, são desencadeados por estresse, que pode ter origem na depressão. Seus sintomas mais comuns são desânimo, insônia, apatia, falta de apetite e de desejo sexual e indisposição até mesmo para coisas simples, como tomar banho, ver televisão ou ler um jornal. (Algumas pessoas, ao contrário, têm aumento de sono e de apetite.) Durante a crise, o paciente tem pensamentos pessimistas e obsessivos e perde o interesse por coisas que gostava de fazer ou por pessoas com as quais gostava de conviver. É difícil concentrar-se em uma leitura ou guardar na memória o que lê.
Às vezes aparecem ansiedade com sudorese, palpitações e tremores, verdadeiros ataques de pânico. Alguns casos de depressão se caracterizam por dores vagas e difusas pelo corpo ou na cabeça. O intestino pode ficar preso, a boca amarga, a pele envelhecida, os cabelos e as unhas fracos e sem brilho.O tratamento pode ser feito de duas maneiras, isoladas ou combinadas. A primeira delas é a psicoterapia, que irá tratar das causas. A segunda são os antidepressivos, remédios que corrigem o metabolismo dos neurotransmissores, normalizando a atividade cerebral. Ao contrário do que muitos leigos e alguns terapeutas ainda acham, se a depressão apresenta certo grau de intensidade a medicação tem prioridade absoluta com relação à terapia.
O EFEITO DEPRESSIVO NO ORGANISMO
Embora seja desencadeada por um desequilíbrio na atividade química do cérebro, a depressão normalmente tem causas externas e pode afetar todo o organismo. Entenda o caminho da doença:
1- Quando o cérebro detecta uma situação estressante ou angustiante, estruturas como o hipotálamo, a amídala e a glândula pituitária ficam em alerta. Elas trocam informações entre si e enviam sinalizadores químicos e impulsos nervosos que preparam o corpo para os momentos difíceis.

2- As glândulas supra-renais reagem ao alerta liberando adrenalina, o que faz o coração bater mais rápido e os pulmões trabalharem mais para oxigenar o corpo. As células nervosas liberam noradrenalina, que tensiona os músculos e aguça os sentidos. A digestão fica prejudicada, o que pode provocar enjoos
3- Depois que a influência externa passa, os níveis hormonais caem, mas se as crises forem muito frequentes tais substâncias podem danificar as artérias. Casos crônicos levam a um sistema imunológico enfraquecido, perda de massa óssea, supressão da capacidade reprodutiva e problemas de memória.
O TRATAMENTO DO SUJEITO NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
Antes  de  fazer  referência  ao  tratamento  da  depressão,  especificamente,  é  importante ressaltar alguns  conceitos fundamentais da psicanálise, dentre eles: inconsciente  e transferência.
Em “O inconsciente”, Freud (1915/1969) afirma que a essência do processo de recalque não está em eliminar a ideia que  representa uma pulsão,  mas, em evitar que se torne consciente, evitar o desprazer.  Quando  recalcamos,  recalcamos  a  ideia  em  questão.  Pode-se  dizer  que  esta  ideia  se encontra  num  estado  inconsciente  e,  mesmo  quando  inconsciente,  ela  pode  produzir  efeitos, incluindo  alguns  que  enfim  atingem  a  consciência.  Todo  material  recalcado  deve  permanecer inconsciente;  porém,  o  recalcado  não  abrange  tudo  que  é  inconsciente.  O  recalcado  não  se resume a uma parte do inconsciente, o seu alcance é mais amplo. O inconsciente só é conhecido como algo consciente depois de passar por tradução, ou seja, o conteúdo latente (inconsciente) só é  elaborado  sob  análise,  através  da  transferência,  quando  se  atribui,  por meio  de  associações livres,  um  significado  ao  que  foi  dito.  Para  que  essa  tradução  aconteça,  o  paciente  sob  análise deve superar determinadas resistências que fizeram com que a ideia fosse recalcada.
RISCO DE SUICÍDIO NUM PACIENTE COM DEPRESSÃO
Feito o diagnóstico de depressão, o passo mais importante é avaliar o risco de suicídio. Muitos pacientes extremamente deprimidos quando tratados adquirem um pouco a capacidade de reagir e nesse momento podem cometer suicídio. Seguindo alguns autores, preferimos não fazer tratamento por meio da hipnose para pacientes com qualquer tipo de depressão que apresentem impulsos suicidas. Um episódio de depressão maior é o mais importante fator de risco para suicídio, e outros fatores incluem eventos de perda (saúde, pessoas, bem material e perda de uma aspiração ou intenção desejada), comportamentos suicidas nos parentes de primeiro grau, dependência de droga (especialmente ao álcool), transtornos de personalidade emocionalmente instável. O tipo mais importante de perda é o de uma intenção, propósito ou idéia ambicionada e desejada, que pode incluir, (a) rompimento das expectativas de obrigação, compromisso, lealdade, confiança, merecimento de alguma pessoa-chave; (b) desafio à crença da pessoa com relação a essas qualidades nela mesma, como amor-próprio, dignidade pessoal, competência, auto-identidade; (c) reconfirmação de um fracasso existente ou insuficiência envolvendo o amor próprio; (d) perda de uma aspiração desejada ou frustração de um objetivo frequentemente relacionado com segurança ou intenção.
Alguns pacientes com depressão maior apresentam transtorno bipolar, com alterações cíclicas do humor, alternando episódios definidos de depressão e de mania, podendo se sentir perfeitamente normais entre os episódios. Transtorno unipolar, apenas com episódios de depressão, tem uma prevalência de 5% durante a vida. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, pelo menos quatro das oito manifestações abaixo descritas fazem o diagnóstico de mania, que devem estar presentes pelo menos por um período de uma semana. 1. período bem definido de humor anormal e persistentemente exaltado, expansivo ou irritável; 2. menor necessidade de sono; 3. pressão para falar (necessidade de falar e continuar falando); 4. dificuldade para manter a atenção; 5. fuga de ideias;6. aumento de atividades tanto sociais como no trabalho, na escola ou com relação ao sexo; 7. aumento da auto-estima ou ideias de grandeza; 8. diminuição das inibições sociais e envolvimento excessivo em atividades agradáveis, com elevado potencial de consequências danosas (compras impulsivas, indiscrições sexuais ou investimentos descabidos).
Pacientes com acidente vascular encefálico isquêmico apresentam depressão no período agudo do acidente vascular em 20% a 50%. Os pacientes com lesões no caudado esquerdo apresentam uma frequência mais alta de depressões do que pacientes com lesões no tálamo ou nos gânglios de base à direita. Nos pacientes com depressão maior há hipótese de anormalidades no circuito gânglios de base-tálamo-cortical. A depressão associada à doença física tende agravar e prolongar a doença orgânica, e aumenta a mortalidade dos paciente após infarto do miocárdio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Hadley J. Staudacher, C. Hypnosis for change. 3. ed. Oakland, Ca: New Harbinger Publications, 151-165, 1996. 2. Adams PT. Ajuda-te pela nova auto-hipnose. 4. ed. São Paulo: Ibrasa, 172-178, 1978.


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