ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS AUMENTAM O RISCO DE DEMÊNCIA

 

Alimentos ultraprocessados aumentam o risco de demência, diz estudo

Segundo a pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP, esses produtos podem ser considerados perigosos quando representam mais de 20% da ingestão calórica diária de uma pessoa

Por Soraia Alves

08/12/2022 11h55  Atualizado há 2 meses

Um novo estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, publicado no JAMA Neurology, descobriu que os alimentos ultraprocessados podem aumentar o risco de declínio cognitivo e o surgimento de demência. Segundo a pesquisa, esses produtos podem ser considerados perigosos quando representam mais de 20% da ingestão calórica diária de uma pessoa.

A conta é equivalente a cerca de 400 calorias em uma dieta de 2 mil calorias por dia. A título de comparação, um pedido de batatas fritas pequenas e um cheeseburger normal do McDonald's tem aproximadamente 530 calorias.


No estudo, os pesquisadores definiram alimentos ultraprocessados como “formulações industriais de substâncias alimentares (óleos, gorduras, açúcares, amido e isolados de proteínas) que contêm pouco ou nenhum alimento integral e geralmente incluem aromatizantes, corantes, emulsificantes e outros aditivos cosméticos". Entram nesse grupo alimentos como pizza congelada, cachorro-quente, salsichas, refrigerantes, biscoitos, bolos, sorvetes e tantos outros.

“58% das calorias consumidas pelos cidadãos dos Estados Unidos, 56,8% das calorias consumidas pelos cidadãos britânicos e 48% das calorias consumidas pelos canadenses vêm de alimentos ultraprocessados”, diz a Dra. Claudia Suemoto, coautora do estudo e professora assistente da divisão de geriatria da Faculdade de Medicina da USP.

De acordo com o estudo, a parte do cérebro envolvida no funcionamento executivo – a capacidade de processar informações e tomar decisões – é especialmente afetada pelo risco de declínio cognitivo. A pesquisa foi realizada com mais de 10 mil brasileiros entre 35 e 74 anos, que foram acompanhados por até 10 anos.

Os participantes foram testados no início e no final do estudo para verificar se seu estado mental havia mudado. Os testes incluíram recordação imediata e tardia de palavras, reconhecimento de palavras e fluência verbal. Os participantes também tiveram que preencher questionários sobre seus hábitos alimentares para determinar a quantidade de alimentos ultraprocessados que estão acostumados a consumir.

Quem consume mais alimentos ultraprocessados apresentou uma taxa de declínio cognitivo 28% maior e uma taxa de 25% mais rápida de declínio da função executiva em comparação com aqueles que consumiram menos.

Além do declínio cognitivo, os alimentos ultraprocessados podem estar associados a um maior risco de obesidade, problemas cardíacos e circulatórios, diabetes, câncer e uma expectativa de vida mais curta.


Fonte:https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2022/12/alimentos-ultraprocessados-aumentam-o-risco-de-demencia-diz-estudo.ghtml


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