O neurocientista William Klein e o nanotecnólogo Vinayak Dravid, da Universidade North-western em Illinois, trabalham no desenvolvimento de estratégias de detecção e intervenção precoce do Alzheimer por meio da nanotecnologia, isto é, máquinas minúsculas, do tamanho de moléculas, capazes de agir dentro do corpo.
O Alzheimer é marcado pela formação de placas de proteína beta-amiloide no cérebro. Os pesquisadores criaram um anticorpo artificial capaz de detectar toxinas específicas e de ligar-se a partículas alteradas dessa proteína. “Podemos usá-lo, no futuro, para identificar o acúmulo de placas no cérebro logo no início e também para conduzir substâncias terapêuticas ao cérebro”, diz Klein.
Por enquanto, o anticorpo é utilizado pelos pesquisadores para diferenciar amostras de tecidos cerebrais post-mortem saudáveis de doentes. O próximo passo, previsto para o final do ano, é fazer o mesmo no cérebro de ratos vivos. Pesquisas anteriores com roedores já mostraram que sprays nasais podem realmente enviar nanopartículas para o órgão. É possível que o mesmo ocorra com humanos.
NANOTECNOLOGIA PARA VENCER O ALZHEIMER
Criado pela The Ohio State University, a tecnologia é conhecida como Nanotransfection de tecido (THT) (Transfecção nano). Envolve o uso de um chip à base de nanotecnologia e a sua colocação na pele de um paciente. Pode converter uma célula adulta de um tipo para outro, fazendo simplesmente “zapping” do dispositivo utilizando uma pequena carga elétrica. O procedimento não é invasivo. Os resultados foram publicados na revista Nature Nanotechnology.
Designa-se por Transfecção o processo de introdução intencional de ácido nucleico nas células. O termo é usado sobretudo para métodos não-virais nas células eucarióticas. Pode também referir-se a outros métodos e outros tipos de células, embora sejam preferidos outros termos: transformação é usada para descrever a transferência não viral de ADN nas bactérias, células eucarióticas não-animais e nas células de plantas – uma forma particular de transformação refere-se a modificações genéticas espontâneas, como a carcinogénese. O termo transdução é normalmente usado para descrever a transferência de ADN mediada por vírus. [\box]
O dispositivo ainda não foi testado em seres humanos, mas provou ser bem-sucedido com ratos e porcos. Num rato que teve lesões nas pernas, numa semana, o nanochip causou a ocorrência de novos vasos sanguíneos ativos, e na segunda semana, a perna foi totalmente salva. Também ajudou os ratos com lesão cerebral a recuperarem-se de um acidente vascular cerebral.
Os pacientes não precisam de transportar o chip com eles, simplesmente precisam de o ter ligado à pele por alguns segundos para iniciar a reprogramação das células.
Esta nova vertente agora desenvolvida abre um gigante cenário de possibilidades. Este tipo de tecnologia poderá ajudar a reparar o tecido danificado ou mesmo restaurar a função do envelhecimento do tecido em órgãos, vasos sanguíneos e células nervosas. Também poderia desenvolver células cerebrais na pele humana sob a orientação do sistema imunológico de uma pessoa, e essas células poderiam então ser injetadas no cérebro dessa pessoa para tratar condições como a doença de Alzheimer e Parkinson.
Este é mais um meio para atingir um fim, ajudar o ser humano através do desenvolvimento da tecnologia. Estão muitos conceitos a correr lado a lado para garantir que o ser humano recebe não só uma vida mais longa mas, acima de tudo, uma vida com qualidade. Este é o novo desafio da ciência da próxima década. O facto de ser um possível tratamento da Alzheimer já abre uma esperança redobrada a esta tecnologia.
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