BACTÉRIAS DO INTESTINO ESTÃO LIGADAS A DOENÇAS NEUROLÓGICAS, COMO ALZHEIMER E ESCLEROSE MÚLTIPLA, REVELA ESTUDO
Bactérias do intestino estão ligadas a doenças neurológicas, como Alzheimer e esclerose múltipla, revela novo estudo
Estudo brasileiro aponta que o uso de probióticos, evitando o desequilíbrio da flora, também ajuda a prevenir e aliviar sintomas de distúrbios psiquiátricos
20/02/2024 12h56 Atualizado há 4 semanas
Uma pesquisa realizada por brasileiros constatou que há uma relação estreita entre a microbiota intestinal e o cérebro, sendo que o desequilíbrio das bactérias pode interferir no desenvolvimento de distúrbios neurológicos.
A revisão de estudos foi realizada por especialistas de neurologia, medicina do sono e nutrição da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O uso de probióticos por pacientes com doenças psiquiátricas pode tratar alterações na microbiota e, assim, diminuindo sintomas de depressão, ansiedade e distúrbios do sono, além de aliviar sintomas e gravidade de distúrbios neurológicos, como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e epilepsia.
Essa relação se explica porque o intestino é responsável pela produção de muitos neurotransmissores, de forma que se há alteração na microbiota esse trabalho é prejudicado afetando o corpo todo, especialmente o cérebro. Além disso, a disbiose intestinal – desequilíbrio de bactérias da microbiota intestinal –pode provocar inflamação sistêmica e aumento da permeabilidade do intestino e da barreira hematoencefálica.
"Compreender a importância de diagnosticar, prevenir e tratar a disbiose é fundamental, já que o desequilíbrio microbiano intestinal é um fator de risco significativo para esses distúrbios”, explica Maria Fernanda Naufel, uma das autoras do artigo e pós-doutoranda em Nutrição pela Unifesp, em comunicado.
Naufel salienta ainda que a composição da microbiota pode ser afetada pela dieta, metabolismo, idade, estresse, temperatura, sono, medicamentos, entre outros fatores.
Segundo a pesquisa, publicada na revista Arquivos de Neuro-Psiquiatria, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), essas alterações são ainda mais delicadas quando ocorrem na infância, pois as crianças tendem a apresentar mais distúrbios neurológicos na vida adulta.
Microbiota
A microbiota, composta principalmente por bactérias, mas também por fungos, vírus e outros microrganismos, é tão única quanto uma impressão digital. Ela varia significativamente de pessoa para pessoa e é influenciada por diversos fatores como genética, dieta, estilo de vida e exposição a antibióticos.
O equilíbrio delicado desses microrganismos é fundamental para várias funções corporais, desde a digestão de alimentos até a regulação do sistema imunológico. Recentes pesquisas têm desvendado o papel surpreendente da microbiota na prevenção e no desenvolvimento de diversas doenças.
Por exemplo, estudos já mostraram que desequilíbrios na microbiota intestinal podem estar ligados a condições tão variadas quanto a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, doenças autoimunes, câncer, e até mesmo alguns transtornos mentais, como a depressão. A compreensão dessas conexões abre portas para tratamentos inovadores e personalizados, marcando uma nova era na medicina.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2024/02/20/microbiota-intestinal-esta-ligada-a-saude-mental-e-doencas-neurologicas.ghtml
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