DIETA, SONO, ATIVIDADE FÍSICA: ESPECIALISTAS INDICAM O ESTILO DE VIDA CAPAZ DE REDUZIR O RISCO DE ALZHEIMER EM 40%

  

A woman with gray hair with health care worker in scrubs.
No 21 de setembro, o mundo celebra o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer. (Shutterstock)

Dieta, sono, atividade física: especialistas indicam o estilo de vida capaz de reduzir o risco do Alzheimer

Médicos explicam quais fatores têm mais impacto na prevenção da demência.

Por 

Giulia Vidale

 — São Paulo

25/09/2025 04h01  Atualizado há 12 horas

 


DIETA, SONO, ATIVIDADE FÍSICA: ESPECIALISTAS INDICAM O ESTILO DE VIDA CAPAZ DE REDUZIR O RISCO DE ALZHEIMER

Alzheimer é a principal causa de demência, nome dado ao declínio de funções cerebrais como memória, raciocínio e linguagem, e um os maiores desafios da medicina. Até hoje, ainda não se sabe ao certo o que causa a doença. O consenso é que não há uma única resposta.

No Brasil, são cerca de 1,2 milhão de pacientes, com 100 mil novos casos a cada ano. Para abordar esse assunto tão importante, O GLOBO traz essa semana o especial Por Dentro da Mente, com cinco reportagens, que se encerram hoje, abordando a prevenção.

Muitos fatores de risco desempenham um papel no desenvolvimento do Alzheimer e de outras demências.

De acordo com a Alzheimer’s Association, o maior fator de risco conhecido para Alzheimer e outras demências é o avanço da idade. A maioria dos pacientes tem 65 anos ou mais. Após essa idade, o risco dobra a cada cinco anos. Após os 85 anos, chega a quase um terço das pessoas.

No entanto, é preciso ressaltar que esses distúrbios não são uma parte normal do envelhecimento. Embora a idade aumente o risco, ela não é causa direta do Alzheimer.

Outro fator de risco importante é o histórico familiar. Evidências indicam que aqueles que têm um dos pais, irmão ou irmã com Alzheimer, têm maior probabilidade de desenvolver a doença. E, ainda, fatores genéticos, como o alelo APOE4.

Mas existe um terceiro fator muito importante nessa equação que são os nossos hábitos e estilo de vida. E, embora idade, histórico familiar e hereditariedade sejam condições que não podemos mudar, pesquisas mostram que podemos diminuir as chances por meio de uma vida saudável e do controle da saúde.

Isso é importante porque representa algo que está ao alcance de qualquer um para tentar prevenir ou postergar ao máximo essa doença cuja prevalência só amenta.

— Vários artigos têm demonstrado que o estilo de vida é muito importante e que se tivéssemos hábitos saudáveis, poderíamos prevenir ou retardar o surgimento de várias demências — diz a psiquiatra Rita Cecilia Ferreira, do Programa Terceira Idade/Proter do IPq - Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP.

Um dos estudos mais recentes sobre o assunto, publicado na revista científica The Lancet no ano passado, descobriu que quase metade (45%) dos casos de demência, incluindo Alzheimer, poderiam ser prevenidos por meio da eliminação de 14 fatores de risco — no Brasil, a prevenção poderia alcançar até 60% dos casos.

São eles: perda de visão, poluição do ar, isolamento social, álcool em excesso, obesidade, hipertensão, tabagismo, diabetes, sedentarismo, trauma cerebral, depressão, colesterol alto, perda de audição e educação deficitária.

— Se eu diminuir o fator de risco, vou levar a uma redução dos casos de Alzheimer ou ainda, mesmo que a pessoa desenvolva, isso irá acontecer mais tardiamente e ter menos impacto. Uma coisa é uma pessoa ter o quadro de Alzheimer aos 60 anos, e outra ele começar aos 75, 80 anos — diz a psiquiatra e psicogeriatra Tania Correa de Toledo Ferraz Alves, diretora do corpo clínico do IPq HCFMUSP.

Por épocas

Há diferentes fases da vida em que é possível atuar mais efetivamente na prevenção de demências.

— A primeira época é a infância, por meio da escolaridade. Temos bastante evidência mostrando que baixa escolaridade aumenta risco de demência — diz Jerusa Smid, neurologista do Einstein Hospital Israelita

A educação formal é importante pois contribui significativamente para a reserva cognitiva, termo usado para descrever recursos neurais acumulados com o tempo na realização de atividades diárias como leitura, estudos e trabalhos que demandem altas cargas cognitivas, e que ajudam a proteger o cérebro e prevenir ou ao menos postergar demências.

Outra maneira importante de construir e manter a reserva cognitiva ao longo da vida é procurar sempre aprender coisas novas e realizar atividades mentalmente desafiadoras, como começar a pintar, aprender um novo idioma ou jogar dominó.

Na idade adulta vem os fatores que estão principalmente associados à diminuição de morbidade cérebro-vascular, como o controle de pressão alta, obesidade, diabetes, colesterol alto. Identificar essas condições e mantê-las sob controle já ajuda na prevenção.

Outros hábitos fundamentais são evitar álcool e fumo (qualquer tipo), tentar prevenir o estresse, cuidar da saúde mental (em especial da depressão), tratar a perda auditiva precocemente e praticar atividade física regularmente.

Diversas evidências mostram que paciente com depressão não tratada tem mais chance de evoluir para Alzheimer. Em relação à perda auditiva, além de ser uma fonte de estímulo que o cérebro perde, também contribui para o isolamento social, que é outro fator de risco.

Já na terceira idade, algumas alterações também trazem diminuição das demências, como evitar o isolamento social, a exposição à poluição do ar e cuidar da acuidade visual.

Outros fatores que também impactam no risco de Alzheimer são sono adequado e alimentação saudável. Estudos brasileiros associaram o consumo de alimentos ultraprocessados e mais recentemente, de adoçantes, ao aumento do declínio cognitivo.

— Outra coisa muito importante é o sono. Quando dormimos, nosso cérebro faz uma faxina para retirar todas as toxinas acumuladas quando nosso cérebro trabalha. Se não se dorme bem, as toxinas se acumulam e isso contribui para a neurodegeneração— diz Rita Ferreira, psiquiatra do Programa Terceira Idade/Proter do IPq .

Quanto mais bons hábitos forem adotados, melhor. Mas se tiver que começar por apenas um aspecto, a recomendação é o exercício físico.

— A grande mudança, se formos escolher uma, é a atividade física porque ela vai melhorar as outras coisas — diz Jerusa.

Por exemplo, fazer atividade física é um fator importante no controle da hipertensão, do colesterol, do peso, da depressão, além de ajudar na adoção e manutenção de outros hábitos saudáveis, como sono e alimentação. E não é só isso. A atividade física por si só tem um impacto positivo na saúde cerebral ao contribuir para a neurogênese (processo de geração de novos neurônios) e para o aumento das sinapses.

Sempre é tempo

Quanto mais cedo essas alterações no estilo de vida forem realizadas, maior seu impacto na prevenção do Alzheimer. Por outro lado, é importante ressaltar que nunca é tarde para começar. E elas podem, inclusive, ajudar quando os primeiros sinais da doença já se instalaram.

— Prescrevemos para pessoas que já têm alguma fase inicial de demência porque isso vai ajudar e evitar que as coisas piorem mais rapidamente — completa Rita.

Por fim, mas não menos importante: é fundamental procurar ajuda assim que os primeiros sinais de problema de memória aparecerem.

— No envelhecimento, é comum as pessoas ficarem mais lentas, mais desatentas e esquecerem temporariamente coisas que não são importantes. No Alzheimer, a pessoa começa a ter perdas de memória de fixação, ou seja, coisas que ela deveria guardar, e não guarda — diz Tania.

Embora o Alzheimer ainda não tenha cura, há tratamentos e qualquer intervenção, mesmo no estilo de vida, tem mais chance de resultado quanto antes iniciada.

Os 9 hábitos que mais impactam na prevenção do Alzheimer

  • Tenha uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes, peixes e grãos integrais. Evite açúcar, ultraprocessados, frituras e produtos industrializados.
  • Mantenha doenças crônicas como diabetes, hipertensão e colesterol sob controle.
  • Tenha um sono adequado.
  • Cuide da sua saúde mental .
  • Tente sempre aprender coisas novas para desafiar a mente e aumentar a reserva cognitiva.
  • Mantenhas as relações sociais e conexões com amigos e familiares.
  • Evite álcool, cigarro e poluição.
  • Corrija problemas de visão e audição.
  • Pratique pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. Pode ser caminhar, nadar, dançar ou até fazer jardinagem.
Fonte:https://oglobo.globo.com/saude/especial/dieta-sono-atividade-fisica-psiquiatras-indicam-o-estilo-de-vida-capaz-de-reduzir-o-risco-do-alzheimer.ghtml


Mudanças no estilo de vida podem prevenir mais de 40% dos casos de Alzheimer e outras demências

Publicado: 20 setembro 2023 11:34 -03

Uma mulher de 65 anos procura ajuda médica repetidamente pela falta de memória. Primeiro, ela escuta que não é nada preocupante. Depois, um ano mais tarde, é “apenas o envelhecimento normal”. Até que, finalmente, cai a ficha: “É Alzheimer. Não tem cura”.

Episódios assim são muito comuns.

A demência continua sendo muito pouco detectada, mesmo em países de alta renda, como o Canadá, onde as taxas de casos não diagnosticados ultrapassam 60%. A crença de que os déficits cognitivos são normais em pessoas idosas, a falta de conhecimento sobre os sintomas e os critérios de diagnóstico entre médicos aparecem como os principais responsáveis por casos não detectados e por atrasos no diagnóstico, de acordo com um estudo brasileiro.

O Brasil, aliás, é uma referência no estudo da doença, cujo combate em todo mundo ganha destaque essa semana, com a celebração, no dia 21 de setembro, do Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer para fortalecer a divulgação de informações sobre os principais sintomas, formas de tratamento e aconselhamento para os familiares dos pacientes.

Alertas e prevenção precoces são fundamentais

As perdas de memória relacionadas à idade não devem ser descartadas como parte do envelhecimento normal. Esquecer de vez em quando onde estacionamos o carro ou onde deixamos as chaves pode acontecer com qualquer pessoa, mas quando essas situações se tornam frequentes, é importante procurar orientação médica.

Embora pequenas alterações na capacidade de pensar e lembrar informações não cheguem a se tornar Alzheimer para muita gente, para outros, esses declínios constituem um sinal de alerta precoce. Pesquisas indicam que pessoas com alterações leves na cognição correm um risco maior de desenvolver a doença mais tarde na vida. De fato, foi demonstrado que o processo da doença (que altera a estrutura e o metabolismo do cérebro) começa décadas antes do aparecimento de sintomas como a perda de memória.

Além disso, é cada vez mais reconhecido na comunidade científica que as intervenções para retardar ou prevenir o desenvolvimento de Alzheimer têm maior probabilidade de serem eficazes quanto mais cedo iniciadas. No entanto, os protocolos para diagnóstico precoce não estão padronizados na medicina, em parte porque ainda existem lacunas significativas em nossa compreensão da demência.

Alzheimer e envelhecimento da população

Na minha pesquisa, utilizo métodos avançados de ressonância magnética cerebral para caraterizar a saúde do cérebro de adultos mais velhos que correm um risco elevado de desenvolver Alzheimer. O objetivo é identificar novos biomarcadores de patologia precoce, 

No Canadá, a proporção de canadenses idosos está aumentando. A demência está fortemente associada ao envelhecimento, portanto se espera que o número de cidadãos diagnosticados com demência - incluindo Alzheimer - aumente consideravelmente nas próximas décadas, alcançando um milhão de pessoas no país só em 2030. Isto é mais do que a população da província de Manitoba, no sul canadense.

O aumento previsto exercerá uma enorme pressão sobre os sistemas de saúde, já sobrecarregados por si só, se não forem tomadas medidas significativas para inverter esta tendência. Isto significa que as estratégias de prevenção eficazes são agora mais urgentes do que nunca.

Notícias sobre novos e promissores medicamentos para tratar Alzheimer também realçam a necessidade de uma detecção precoce. Os ensaios clínicos demonstraram que tais medicamentos são mais eficientes para abrandar o declínio cognitivo quando administrados em uma fase inicial da doença.

Embora novas opções de tratamento representem um avanço no controle de Alzheimer, é preciso investigar mais. As novas terapias atuam apenas em uma parte do processo da doença (a redução dos níveis de amiloide, uma substância considerada tóxica para os neurônios). Ou seja, podem abrandar o declínio cognitivo em apenas um grupo restrito de pacientes. É necessário compreender melhor as caraterísticas de outros processos, de maneira personalizada, para combinar tais tratamentos com outras estratégias.

Sem contar os recursos financeiros e humanos que serão necessários para administrá-los, o que pode dificultar o acesso a esses novos tratamentos, especialmente nos países de baixa e média renda, onde os casos estão aumentando mais.

Estilo de vida e saúde do cérebro


Idosos participam de uma aula de exercícios sentados. A inatividade física é um fator de risco que pode ser alterado. (Shutterstock)

As mudanças no estilo de vida, por outro lado, mostram que é possível reduzir o risco de desenvolver Alzheimer a custos mínimos e sem efeitos colaterais. Ao tornar a avaliação do risco de demência uma rotina nas consultas médicas para idosos, as pessoas com maior risco poderiam ser identificadas e orientadas sobre como manter a saúde cognitiva do cérebro.

Pacientes em risco provavelmente precisam mais dessas intervenções (possivelmente uma combinação de intervenções farmacêuticas e de estilo de vida), mas qualquer pessoa pode se beneficiar da adoção de hábitos de vida saudáveis, que são conhecidos por proteger contra doenças não apenas do cérebro, mas também do coração e de outros órgãos.

De acordo com um relatório de 2020, publicado pela reconhecida revista científica The Lancet, 40% dos casos de demência podem ser atribuídos a 12 fatores de risco modificáveis. Esses fatores incluem pressão alta, obesidade, sedentarismo, diabetes, tabagismo, consumo excessivo de álcool e contato social pouco frequente. Isso significa que, ao adotar hábitos de vida saudáveis, poderíamos teoricamente evitar cerca de 40% das demências, segundo o informe. Embora não haja garantia de evitar o declínio cognitivo, as pessoas podem reduzir bastante os riscos aumentando os níveis de atividade física e intelectual, além do contato social, evitando o fumo e limitando o consumo de álcool.

Algumas evidências sugerem ainda que a dieta mediterrânea, que prioriza o alto consumo de vegetais (especialmente folhas verdes) e reduz o consumo de gorduras saturadas e carne, também é benéfica para a saúde do cérebro.

Em resumo, ao incentivar as pessoas a serem fisicamente, mentalmente e socialmente ativas, um número significativo de casos de demência poderia ser mantido sob controle.

O papel do Estado nos estilos de vida

Ao mesmo tempo, mudanças nas políticas públicas poderiam abordar as desigualdades sociais que levam à ocorrência de vários fatores de risco e à maior prevalência de demência em populações vulneráveis. As pessoas com maior risco de problemas de saúde incluem aquelas com status socioeconômico mais baixo, com deficiências, afrodescendentes, migrantes, indígenas, minorias étnicas e populações LGBTQ+. No caso do Canadá, apesar de ter um sistema de saúde universal, o país também apresenta desigualdades na área.

Políticas públicas poderiam abordar essas desigualdades não apenas promovendo estilos de vida saudáveis, mas também tomando medidas para melhorar as condições em que essas pessoas vivem. Alguns exemplos são melhorar o acesso a centros esportivos ou clínicas de prevenção para pessoas de baixa renda e projetar cidades que sejam propícias a atividades físicas e sociais. Os governos precisam avaliar e abordar as barreiras que impedem indivíduos de grupos específicos de adotar hábitos de vida saudáveis.

Devemos ser ambiciosos com relação à prevenção. O futuro do nosso sistema de saúde e o da nossa própria saúde depende disso.

 Fonte:https://theconversation.com/mudancas-no-estilo-de-vida-podem-prevenir-mais-de-40-dos-casos-de-alzheimer-e-outras-demencias-214035

Abordar 14 fatores de estilo de vida pode prevenir até 45% dos casos de demência

·         12 de agosto de 2024

 

·         Yuko Hara, PhD

 

 

Anteriormente, discutimos as descobertas da Comissão Lancet sobre Prevenção, Intervenção e Cuidados da Demência de 2020, sugerindo que abordar completamente 12 fatores de risco de estilo de vida pode prevenir até 40% dos casos de demência . Em julho de 2024, a Comissão Lancet adicionou dois novos fatores de risco e relatou que 45% dos casos de demência poderiam ser prevenidos abordando completamente 14 fatores de estilo de vida [ 1 ]. Os fatores de risco que valem a pena abordar variam de acordo com o estágio da vida: início da vida (menores de 18 anos), meia-idade (18 a 65 anos) e idade avançada (acima de 65 anos).

VIDA PREGRESSA

Não concluir o ensino secundário 
Não frequentar o ensino secundário aumenta o risco de demência [ 1 ; 2 ]. O baixo nível de escolaridade pode tornar as pessoas mais vulneráveis ​​ao declínio cognitivo, porque resulta em menos “reserva cognitiva”, uma reserva que ajuda a manter a função cognitiva apesar do envelhecimento cerebral e até mesmo da patologia em alguns casos. Em contraste, a aprendizagem ao longo da vida está associada à melhoria da saúde cerebral, e níveis mais elevados de atividade cognitiva na meia-idade ou na velhice estão associados ao início tardio do comprometimento cognitivo [ 3 ]. Mesmo em pessoas com menos escolaridade, a estimulação cognitiva no trabalho está associada a um menor risco de demência [ 4 ].

MEIA-IDADE

Perda auditiva 
Muitos estudos observacionais de alta qualidade sugerem uma associação entre perda auditiva e demência subsequente [ 1 ]. Estudos descobriram que com cada diminuição de 10 dB na capacidade auditiva, há um risco de 4 a 24% maior de demência [ 5 ; 6 ]. É possível que a perda auditiva promova o desenvolvimento de demência, ou as mudanças que a demência produz no cérebro prejudiquem a função auditiva, ou ambos. A perda auditiva também pode levar ao isolamento social ou à depressão, ambos também associados ao risco de demência (veja abaixo). A boa notícia é que a perda auditiva pode ser corrigida com o uso de aparelhos auditivos. Uma análise recente de quatro estudos relatou que pessoas com perda auditiva que usaram aparelhos auditivos tiveram um risco significativamente menor de declínio cognitivo e demência [ 7 ].

Colesterol LDL alto
Na época da anterior Comissão Lancet sobre demência publicada em 2020, as evidências relacionadas ao colesterol LDL eram inconclusivas [ 8 ]. Desde então, estudos relataram que o colesterol LDL alto na meia-idade está associado a um risco maior de demência [ 1 ; 9 ]. O excesso de colesterol cerebral está associado ao aumento do risco de acidente vascular cerebral e à deposição de patologia relacionada à doença de Alzheimer (ou seja, amiloide e tau). Em contraste, pessoas que tomaram medicamentos hipolipemiantes não apresentaram risco aumentado de demência, enfatizando a importância do tratamento do colesterol LDL alto, não apenas para a saúde cardiovascular, mas também para a saúde do cérebro. 

Depressão 
Pessoas com depressão têm um risco maior de demência do que aquelas sem depressão. A depressão em todas as idades adultas está associada a um risco maior de demência, mas as evidências são mais claras para a depressão na meia-idade [ 1 ]. A depressão pode aumentar o risco de demência aumentando os hormônios do estresse, diminuindo os níveis de proteínas que são boas para as células cerebrais e encolhendo o hipocampo, uma região do cérebro crítica para a formação da memória [ 10 ; 11 ]. Pessoas que foram tratadas para depressão por medicamentos, psicoterapia ou terapia combinada tiveram menos probabilidade de desenvolver demência do que pessoas com depressão que não receberam tratamento [ 12 ], destacando a importância do tratamento da depressão.

Traumatismo cranioencefálico
Traumatismo cranioencefálico é causado por acidentes de carro/motocicleta/bicicleta, incidentes militares, boxe, outros esportes de contato e quedas. Estudos sugerem que o traumatismo cranioencefálico está associado a um maior risco de demência, possivelmente levando ao início mais precoce da demência em dois a três anos do que em pessoas sem traumatismo cranioencefálico [ 13 ]. Para prevenir traumatismo cranioencefálico, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças recomendam usar cinto de segurança sempre que estiver em um veículo motorizado; usar capacete ou proteção para a cabeça apropriada ao andar de bicicleta, motocicleta, snowmobile, cavalo ou skate, bem como ao patinar, esquiar, praticar snowboard ou praticar esportes de contato [ 14 ]. Também é importante manter um ambiente seguro para prevenir quedas.

Inatividade física 
Ser fisicamente ativo em todas as idades está associado a uma melhor cognição e menor risco de demência [ 1 ; 15 ]. Existem muitas maneiras pelas quais a atividade física pode beneficiar a saúde do cérebro. Ela reduz a inflamação crônica, melhora o fluxo sanguíneo, aumenta a liberação de uma proteína que é muito boa para as células cerebrais [ 16 ] e melhora a saúde cardiovascular e metabólica [ 17 ; 18 ]. A Organização Mundial da Saúde recomenda que os adultos pratiquem de 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de intensidade moderada (ou 75 a 150 minutos de atividade física de intensidade vigorosa) todas as semanas, juntamente com pelo menos dois dias por semana de atividades de fortalecimento muscular [ 19 ].

Diabetes 
Na anterior Comissão Lancet sobre demência em 2020, o diabetes tipo 2 na terceira idade foi associado a um maior risco de demência [ 8 ]. Evidências mais recentes sugerem que a idade de início faz a diferença, com o início do diabetes tipo 2 na meia-idade sendo significativamente associado a um maior risco de demência, enquanto o início na terceira idade não é [ 1 ]. É possível que a maior duração da doença e o diabetes mal controlado possam aumentar o risco de demência. O diabetes tipo 2 e a demência compartilham algumas características, como sinalização de insulina prejudicada, metabolismo cerebral alterado, complicações vasculares, inflamação e estresse oxidativo [ 20 ]. Uma dieta saudável, exercícios e controle de peso são os primeiros passos do gerenciamento do diabetes, seguidos por medicação(ões).

Fumar 
Cigarros e fumaça de cigarro contêm mais de 4.700 compostos químicos, incluindo alguns que são altamente tóxicos [ 21 ]. Estudos observacionais mostraram que pessoas que fumam têm um risco maior de desenvolver todos os tipos de demência e um risco muito maior (até 79%) para a doença de Alzheimer, especificamente [ 22 ]. Novas evidências sugerem que fumar na meia-idade parece ser um fator de risco mais forte para demência do que fumar na terceira idade [ 1 ]. A boa notícia é que parar de fumar pode reduzir o risco de demência, já que alguns estudos não relatam aumento do risco em ex-fumantes [ 23 ; 24 ]. 

Hipertensão 
Estudos sugerem que ter hipertensão (pressão alta) na meia-idade aumenta o risco de demência vascular e doença de Alzheimer [ 1 ; 26 ]. As evidências são mistas na terceira idade, pois algumas pessoas que desenvolvem demência têm pressão arterial mais baixa do que pessoas sem demência [ 1 ]. Várias análises de vários ensaios clínicos descobriram que pessoas que receberam medicação para pressão arterial tiveram menor risco de demência e maior função cognitiva do que aquelas que receberam placebo [ 27 ; 28 ]. A hipertensão pode ser controlada por meio de dieta, mudanças no estilo de vida e medicamentos.

Obesidade 
Pessoas obesas na meia-idade têm um risco aumentado de demência em comparação com aquelas com peso corporal saudável [ 29 ]. Em uma análise que incluiu um total de mais de cinco milhões de pessoas em 16 estudos, maior obesidade central, medida pela circunferência da cintura ou razão cintura-quadril, foi associada a um maior risco de comprometimento cognitivo e demência [ 30 ]. A obesidade é mais comum em pessoas que não praticam atividade física suficiente e está associada ao aumento do risco de diabetes e hipertensão, todos os quais estão ligados ao aumento do risco de demência (veja acima). Um estudo em pessoas com comprometimento cognitivo leve relatou que o índice de massa corporal normal (IMC abaixo de 25), maior atividade física e dieta mais saudável foram associados a níveis mais baixos de placas e emaranhados, que são marcadores da doença de Alzheimer [ 31 ].

Consumo excessivo de álcool O
consumo excessivo de álcool está associado a comprometimento cognitivo e demência [ 1 ]. A definição de consumo excessivo de álcool varia entre os estudos, mas geralmente se refere a mais de 21 unidades de álcool por semana (1 unidade = 8 gramas de álcool puro; uma única porção de vinho ou cerveja pode ter até 3 unidades). Em um estudo longitudinal que incluiu mais de 31 milhões de pessoas hospitalizadas na França, os transtornos por uso de álcool (ou seja, uso nocivo ou dependência) foram associados a um risco de demência três vezes maior que o triplo — e o risco aumentado foi especialmente pronunciado para demências de início precoce com início antes dos 65 anos de idade [ 32 ]. Uma análise de 28 revisões sistemáticas concluiu que o uso excessivo de álcool estava associado a um risco maior de demência e alterações nas estruturas cerebrais [ 33 ]. 

VIDA TARDIADA

Isolamento social 
O isolamento social é um fator de risco não apenas para demência, mas também para hipertensão, doença cardíaca coronária e depressão [ 2 ]. Baixa participação social, menos contatos sociais e mais solidão têm sido associados a maior risco de demência [ 34 ]. O isolamento social pode resultar em diminuição da atividade cognitiva, o que pode acelerar o declínio cognitivo e o mau humor. O contato social em qualquer forma pode reduzir o risco de demência, aumentando a reserva cognitiva, o volume cerebral e os comportamentos saudáveis, e reduzindo o estresse e a inflamação [ 35 ].

Poluição do ar
Muitos estudos mostram que a poluição do ar, frequentemente medida por PM2,5 (partículas finas ambientais com diâmetros menores que 2,5 mícrons) e PM10 (partículas com diâmetros menores que 10 mícrons), é um fator de risco para demência e comprometimento cognitivo [ 1 ; 36 ; 37 ]. Embora a poluição do ar não possa ser totalmente evitada, existem medidas que você pode tomar para reduzir sua exposição , como monitorar os níveis de poluição do ar online ou com aplicativos e ficar em ambientes fechados em dias com poluição do ar particularmente alta. Você também pode limitar a exposição ao escapamento do carro fechando as saídas de ar e janelas durante o trânsito pesado. 

Perda visual não tratada
Na época da anterior Comissão Lancet sobre demência em 2020, a perda de visão não era considerada um fator de risco para demência [ 8 ]. No entanto, novas evidências surgiram desde então. Uma análise de vários estudos de coorte relatou que a deficiência visual está associada a um risco maior de demência e comprometimento cognitivo [ 38 ]. Essas associações podem estar relacionadas a doenças subjacentes, como diabetes, que é um fator de risco para demência e perda de visão. Um estudo de coorte longitudinal nos EUA relatou que pessoas com catarata que fizeram extração de catarata tiveram um risco significativamente menor de demência em comparação com aquelas que não fizeram extração de catarata [ 39 ], destacando a importância de tratar a deficiência visual.

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O relatório da Lancet é uma ótima notícia, pois há medidas concretas que você pode tomar para reduzir o risco de demência. Invista em aprendizado ao longo da vida e amizades, pratique atividade física suficiente, use cinto de segurança em veículos motorizados (e proteção adequada para a cabeça em esportes de contato), mantenha um peso saudável, pare de fumar, evite o consumo excessivo de álcool e procure tratamento para depressão, hipertensão, colesterol LDL alto, diabetes, perda auditiva e perda de visão se você tiver essas condições. Essas recomendações são consistentes com as evidências de um ensaio clínico randomizado seminal chamado FINGER, que mostrou que um grupo de intervenções no estilo de vida que abordaram muitos desses fatores de risco melhoraram a função cognitiva em pessoas mais velhas [ 40 ].

 

Referências :

1.    Livingston G, Huntley J, Liu KY et al. (2024) Prevenção, intervenção e tratamento da demência: relatório de 2024 da Comissão Permanente da Lancet . Lancet .

2.    Livingston G, Sommerlad A, Orgeta V et al. (2017) Prevenção, intervenção e tratamento da demência . Lancet .

3.    Vemuri P, Lesnick TG, Przybelski SA et al. (2014) Associação do enriquecimento intelectual ao longo da vida com o declínio cognitivo na população idosa . JAMA Neurol   71, 1017-1024.

4.    Kivimaki M, Walker KA, Pentti J et al. (2021) Estimulação cognitiva no local de trabalho, proteínas plasmáticas e risco de demência: três análises de estudos de coorte populacional . Bmj   374, n1804.

5.    Yu RC, Proctor D, Soni J et al. (2024) Perda auditiva de início na idade adulta e comprometimento cognitivo incidente e demência - Uma revisão sistemática e meta-análise de estudos de coorte . Ageing Res Rev   98, 102346.

6.    Lin FR, Metter EJ, O'Brien RJ et al. (2011) Perda auditiva e demência incidente . Arch Neurol   68, 214-220.

7.    Yeo BSY, Song H, Toh EMS et al. (2023) Associação de aparelhos auditivos e implantes cocleares com declínio cognitivo e demência: uma revisão sistemática e meta-análise . JAMA Neurol   80, 134-141.

8.    Livingston G, Huntley J, Sommerlad A et al. (2020) Prevenção, intervenção e tratamento da demência: relatório de 2020 da Comissão Lancet . Lancet   396, 413-446.

9.    Wee J, Sukudom S, Bhat S et al. (2023) A relação entre dislipidemia na meia-idade e incidência de demência ao longo da vida: uma revisão sistemática e meta-análise de estudos de coorte . Alzheimers Dement (Amst)   15, e12395.

10.               Lupien SJ, McEwen BS, Gunnar MR et al. (2009) Efeitos do estresse ao longo da vida sobre o cérebro, o comportamento e a cognição . Nat Rev Neurosci   10, 434-445.

11.               Geerlings MI, Gerritsen L (2017) Depressão na terceira idade, volumes hipocampais e regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal: uma revisão sistemática e meta-análise . Biol Psychiatry   82, 339-350.

12.               Yang L, Deng YT, Leng Y et al. (2023) Depressão, tratamentos para depressão e risco de demência incidente: um estudo de coorte prospectivo de 354.313 participantes . Biol Psychiatry   93, 802-809.

13.               Schaffert J, LoBue C, White CL et al. (2018) Histórico de lesão cerebral traumática está associado a uma idade mais precoce de início da demência em casos de Alzheimer confirmados por autópsia . Neuropsicologia   32, 410-416.

14.               CDC (2019) Prevenção de Lesões Cerebrais Traumáticas e Concussões .

15.               Iso-Markku P, Kujala UM, Knittle K et al. (2022) Atividade física como fator de proteção para demência e doença de Alzheimer: revisão sistemática, meta-análise e avaliação de qualidade de estudos de coorte e caso-controle . British Journal of Sports Medicine   56, 701-709.

16.               Jensen CS, Hasselbalch SG, Waldemar G et al. (2015) Marcadores bioquímicos do exercício físico no comprometimento cognitivo leve e na demência: revisão sistemática e perspectivas . Front Neurol   6, 187.

17.               DeRight J, Jorgensen RS, Cabral MJ (2015) Escores compostos de risco cardiovascular e funcionamento neuropsicológico: uma revisão meta-analítica . Ann Behav Med   49, 344-357.

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Yuko Hara, PhD, é Diretora de Envelhecimento e Prevenção do Alzheimer na Alzheimer's Drug Discovery Foundation. A Dra. Hara foi Professora Assistente de Neurociência na Escola de Medicina Icahn do Mount Sinai, onde permanece como membro adjunto do corpo docente. Sua pesquisa se concentrou no envelhecimento cerebral, especificamente em como os estrogênios e o envelhecimento reprodutivo influenciam as sinapses e mitocôndrias do cérebro em processo de envelhecimento. Ela obteve seu doutorado em neurologia e neurociência pela Weill Graduate School of Medical Sciences da Universidade Cornell e seu bacharelado em biologia pela Universidade Cornell, com estudos adicionais na Universidade Keio, no Japão. A Dra. Hara é autora de inúmeras publicações revisadas por pares, incluindo artigos na PNAS e no Journal of Neuroscience.

Fonte:https://www.alzdiscovery.org/cognitive-vitality/blog/targeting-14-lifestyle-factors-may-prevent-up-to-45-of-dementia-cases

 

 

 

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